[ID 54] REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE FANTASIA NAS OBRAS DE FREUD E LACAN
João Paulo de Sousa, Liliane Santos
Palavras-chave:
fantasia, psicanálise, realidade psíquicaResumo
INTRODUÇÃO: O termo fantasia é um correspondente da ideia de realidade psíquica, elaborado em meio às circunstâncias que colocaram em cheque a teoria da sedução, e diz respeito à vida imaginária do sujeito.
OBJETIVO: Identificar e apresentar aparições do termo fantasia ao longo da obra psicanalítica, mais especificamente nos escritos de Freud e Lacan, e estabelecer discussões entre os autores clássicos mencionados e outros contemporâneos, acerca das controvérsias e da evolução do conceito.
MATERIAL E MÉTODOS: A presente pesquisa bibliográfica foi construída em formato de ensaio teórico. O artigo recorta a maneira como a fantasia enquanto objeto de estudo se desenvolve, a partir dos diferentes argumentos a seguir debatidos.
RESULTADOS: Em Freud a fantasia se desenrola em três tempos, partindo de uma impressão atual, de uma insatisfação do presente que o desperta para seu desejo não satisfeito, busca no passado algum momento em que esse desejo foi realizado e, então, cria para o futuro uma cena, em que sua insatisfação atual possa, magicamente se transformar em desejo realizado. Assim como para Lacan, tem relação com o desejo e aponta, desde já, para a sujeição originária do sujeito ao outro.
CONCLUSÃO: Conclui-se que a fantasia pode ser considerada um conjunto de ideias e sentimentos, ideias onde predominam-se memórias afetivas. O termo também pode ser pensado como uma satisfação inconsciente da libido, de desejos, devido a seu caráter particular, mas, pode também, ser pensada no sentido de falta.
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